Quarta feira ao andar pelas ruas do centro da cidade acompanhei uma manifestação, diria calorosa, dos servidores públicos municipais da área da educação, da saúde e funcionários do SAAE. Um caminhão parecido com um trio elétrico na cor vermelha arrastou um bando de indignados com os baixos salários e condições de trabalho insatisfatórias dentre outras reivindicações totalmente legais.
Vi me diante de uma inédita cena e aquilo não deixou meu sentimento de indignação inerte, era justamente esse um momento que eu não queria deixar de ver acontecer em Unaí, o instante de revolta dos professores que têm um teto miserável e um piso aos cacos; a revolta dos garis, ou como disseram lá ao microfone: o pessoal da 'barreção'; a insatisfação dos servidores da saúde que não recebem bem, alguns não são estáveis e ainda o estresse de um sistema corroído pela burocracia politiqueira.
Acompanhei o final da manifestação, quando os servidores inquietos aguardavam na prefeitura municipal a descida do prefeito que segundo alguns estaria em seu gabinete. Um dos porta vozes da massa enfurecida (exagerei) bradava ao microfone do carro de som ali estacionado quão massacrada tem sido a lida dos servidores públicos da educação e da saúde e quanto tem sido grande o descaso dos gestores no sentido de melhorar a situação dos mesmos. Reiterou que estavam alí dispostos a discutir os pontos que motivaram a paralisação e que segundo o mesmo se estenderia na forma de greve até que fosse solucionada as pretensões dos servidores. O que se ouvia era um apitaço e gritos de ordem vindo da multidão. Foi solicitado ao microfone que os presentes assinassem uma ata como prova do comparecimento dos mesmos e um documento a mais para mobilizar o prefeito.
Um louco chauvinista puxou o hino nacional que todos cantarolaram, as duas partes inclusive com os erros de sempre. Fruto de uma educação defasada. No entanto senti uma enorme satisfação ao ver cumprir esses ritos de revolta alí na minha frente. Após o hino algum dos servidores, até suado e vermelho de insatisfeito veio ter ao microfone aquelas palavras de clamor popular e o que me chamou a atenção foi o fato de ele ter citado um outro servidor, cujo nome preservo, e dito que o mesmo teria tentado coagí-los a não participar do ato. Um porta voz dos servidores tambem disse que o secretário da educação teria feito o mesmo dizendo aos servidores que seriam cortadas algumas gratificações do seu salário caso comparecessem .Isso é uma vergonha secretário, na sua vida como professor você não aprendeu o sentido da luta contra a opressão dos grandes.
O prefeito não apareceu e o microfone disse que sexta feira haveria nova reunião na praça e que os mesmos deveriam permanecer em suas casas até que houvesse um acordo entre as partes. Ainda observei os comentários dos presentes, cuja insatisfação maior realmente eram os salários baixos.
Observei a fila onde se assinaria a ata e não animei, mas vi alí alguns de meus colegas de serviço de cinco anos atrás. Eu trabalhei no SAAE durante mais de dois anos e desde meu primeiro dia de serviço alí eu percebi que havia uma certa repressão vinda da chefia. Funcionáros que ocupavam cargos efetivos tinham medo de serem mandados embora. Nada era feito em benefício dos funcinários, pelo menos pros mais subordinados, o funcionamento era semelhante à uma empresa privada, onde o emprego escolhe você. Eu não aceitaria tal sistema de forma alguma. Tentei erguer a mão contra a administração, eu e mais alguns colegas da época. Nenhum deles trabalham mais por lá. Tentamos, mas esses medrosos aliados aos acomodados impediam que fosse feito o essencial para uma reforma, o contingente. Éramos poucos e fomos perseguidos e assediados moralmente até o ponto de solicitarmos a exoneração do cargo para a felicidade de todos. Alí naquela fila não havia nenhum chefe de nenhuma seção do SAAE. Claro que não.
A revolução veio. Tarde? Acho que nunca é tarde para tomarmos as melhores providências para a nossa vida e para que a vida dos outros sejam tão melhores quanto a que queremos ter. Pense coletivo.
P.S. Eu não gostei de ter ido à Biblioteca Pública na sexta feira e a mesma encontrar se fechada. É necessário justiça e sensibilidade. Pensar coletivo é praticar solidariedade.
Vi me diante de uma inédita cena e aquilo não deixou meu sentimento de indignação inerte, era justamente esse um momento que eu não queria deixar de ver acontecer em Unaí, o instante de revolta dos professores que têm um teto miserável e um piso aos cacos; a revolta dos garis, ou como disseram lá ao microfone: o pessoal da 'barreção'; a insatisfação dos servidores da saúde que não recebem bem, alguns não são estáveis e ainda o estresse de um sistema corroído pela burocracia politiqueira.
Acompanhei o final da manifestação, quando os servidores inquietos aguardavam na prefeitura municipal a descida do prefeito que segundo alguns estaria em seu gabinete. Um dos porta vozes da massa enfurecida (exagerei) bradava ao microfone do carro de som ali estacionado quão massacrada tem sido a lida dos servidores públicos da educação e da saúde e quanto tem sido grande o descaso dos gestores no sentido de melhorar a situação dos mesmos. Reiterou que estavam alí dispostos a discutir os pontos que motivaram a paralisação e que segundo o mesmo se estenderia na forma de greve até que fosse solucionada as pretensões dos servidores. O que se ouvia era um apitaço e gritos de ordem vindo da multidão. Foi solicitado ao microfone que os presentes assinassem uma ata como prova do comparecimento dos mesmos e um documento a mais para mobilizar o prefeito.
Um louco chauvinista puxou o hino nacional que todos cantarolaram, as duas partes inclusive com os erros de sempre. Fruto de uma educação defasada. No entanto senti uma enorme satisfação ao ver cumprir esses ritos de revolta alí na minha frente. Após o hino algum dos servidores, até suado e vermelho de insatisfeito veio ter ao microfone aquelas palavras de clamor popular e o que me chamou a atenção foi o fato de ele ter citado um outro servidor, cujo nome preservo, e dito que o mesmo teria tentado coagí-los a não participar do ato. Um porta voz dos servidores tambem disse que o secretário da educação teria feito o mesmo dizendo aos servidores que seriam cortadas algumas gratificações do seu salário caso comparecessem .Isso é uma vergonha secretário, na sua vida como professor você não aprendeu o sentido da luta contra a opressão dos grandes.
O prefeito não apareceu e o microfone disse que sexta feira haveria nova reunião na praça e que os mesmos deveriam permanecer em suas casas até que houvesse um acordo entre as partes. Ainda observei os comentários dos presentes, cuja insatisfação maior realmente eram os salários baixos.
Observei a fila onde se assinaria a ata e não animei, mas vi alí alguns de meus colegas de serviço de cinco anos atrás. Eu trabalhei no SAAE durante mais de dois anos e desde meu primeiro dia de serviço alí eu percebi que havia uma certa repressão vinda da chefia. Funcionáros que ocupavam cargos efetivos tinham medo de serem mandados embora. Nada era feito em benefício dos funcinários, pelo menos pros mais subordinados, o funcionamento era semelhante à uma empresa privada, onde o emprego escolhe você. Eu não aceitaria tal sistema de forma alguma. Tentei erguer a mão contra a administração, eu e mais alguns colegas da época. Nenhum deles trabalham mais por lá. Tentamos, mas esses medrosos aliados aos acomodados impediam que fosse feito o essencial para uma reforma, o contingente. Éramos poucos e fomos perseguidos e assediados moralmente até o ponto de solicitarmos a exoneração do cargo para a felicidade de todos. Alí naquela fila não havia nenhum chefe de nenhuma seção do SAAE. Claro que não.
A revolução veio. Tarde? Acho que nunca é tarde para tomarmos as melhores providências para a nossa vida e para que a vida dos outros sejam tão melhores quanto a que queremos ter. Pense coletivo.
P.S. Eu não gostei de ter ido à Biblioteca Pública na sexta feira e a mesma encontrar se fechada. É necessário justiça e sensibilidade. Pensar coletivo é praticar solidariedade.
2 comentários:
Apoio irrestrito aos que procuram a justiça.
Indgnação total!
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