" Você já me viu morto? "
O questionamento célebre supra citado é da vasta criatividade de uma figura cujo apelido, Nóia com Patas, descreve a temperança mental do mesmo. Hoje nem tanto, mas o Nóia já esteve sim em vias de E.Q.M. (Experiência Quase Morte), em vezes, eu diria que ele realmente estava morto: ao chão e bêbado sem forças pra se levantar. Eu o vi morto, ele já me viu morto várias vezes também, nós dois compartilhávamos de vícios que por vezes nos derrubavam sem chance de defesa. O Nóia com Patas não é da minha intimidade fraterna, mas é um amigo que considero, nunca tendo o desejado ou feito mal nenhum e acredito no recíproco.
Esse cidadão de que falo, meu amigo, não ouve Rock and Roll nem compreende nada quando ouve por acaso AC/DC ou Nirvana. Este é só um exemplo, dentre muitos outros de jovens, adolescentes e carcamanos que nunca foram influenciados pela cultura da musica e tiveram suas vidas marcadas pelo uso exarcebado de psicoativos, no caso do nóia: merla e álcool.
Por que estou falando do Nóia com Patas?
Ah!
Dia dos mortos e Rock sem Drogas.
Se tivessem dito isso no Woodstock talvez hoje não houvesse o crack, aliás, se não existisse o rock não existiriam as drogas e nem os drogados. São um bando de maconheiros, vagabundos, noiados; os fãs e os músicos, uns por imitação ao glamour que o ídolo aparenta e esses por saberem quão falso é o glamour. Mas não é todo músico de rock que é drogado não, e o axioma do silogismo se completa no: não é todo drogado que é musico. O mesmo vale para os fãs. Ou você pensa que o Nóia toca ou compõe algo?
Nossa juventude não usa drogas porque ouve rock, eles nem sabem o que é, não estão com os interesses voltados para o compreendimento do que é a essência do rock enquanto movimento de comunicação reacionária que sucumbe aos tempos. Eles usam drogas por que encontram se incompreendidos num mundo de mentiras e falsos dogmas tradicionalistas. É o mesmo motivo que os fazem se destacarem em meio à multidão com suas calças amarelas e óculos vermelhos.
A incoerência de atitudes daqueles que eles tomam como exemplos causam neles conflitos que perturbam suas mentes e os deixam frágeis e à mercê da desvalorização dos seus princípios ininteligíveis.
Atitudes como a de hastear uma faixa em letras garrafais com o slogan ROCK SEM DROGAS e no mesmo palco influenciar o consumo de bebida alcoólica, favorecendo ainda uma marca, deixa na cabeça, não na de quem ouve o rock, digo na cabeça desses adolescentes um trauma de interesses. Por que ele sabe que o álcool também é droga, e se o álcool está liberado, tudo está. Foi o idiota ali que falou.
Essa incoerência que Cazuza traduziu bem em: "Tuas idéias não correspondem aos fatos" permeia as ações de uma grande maioria de pessoas, que seriam responsáveis pelo desenvolvimento da nossa cultura, seja musical ou total, pro meu prazer.
Vamos deixar de hipocrisia, se em todo show de rock eu tiver que ouvir isso. Eu é que vou parar de usar rock todo dia e usar crack. Chega!!! Abra a cabeça e expanda sua mente. O Rock and Roll não é mais o reduto dos drogados, se foi um dia.
Locutor chato.
Patrocinadores chatos.
Agradecimento especial ao Antério Mânica>>>MEU OVO
Sobre as bandas, nada à declarar.
Obrigado São Pedro e feliz dia dos mortos.
4 comentários:
só para adicionar uma coisa, lembro a todos que o festival não é feito por favor a ninguém, existem verbas e leis que as garantem para a cultura. parabéns pelo texto, abs
isso ae Octávio...obrigado!!!
Cheguei atrasado, mas não pude deixar de parabenizar pelo texto. As pessoas precisam ouvir isso, rockeiro não é drogado.
vlw Adriano...
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